segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quem somos

Esse é um blog feito por alunos do segundo semestre da UnB, do curso de Pedagogia. Desenvolvido a partir de uma proposta trabalho acadêmico. Disciplina: 191060 - História da Educação. Profª Iracilda Pimental Carvalho. Alunos e autores do blog: Cleicy Helin (10/0097006), Juliana Carvalho (10/0108440), Jônatas Cocentino (10/0130097), Jéssica Oliveira (10/0106889), Larissa Caroline (10/0109837), Letícia Pimenta (10/0110941), Zaniske Freitas (10/0128076). O blog explanara sobre a disposição da educação Espartana, baseada nos textos referênciais.

domingo, 26 de junho de 2011

Complementos




Referências Bibliográficas:

MARROU, Henri Irénée. A Educação Espartana. in História da Educação na Antiguidade. São Paulo: E.P.U., Ed. Da Universidade de São Paulo, 1973. pp 34-50.
LOBATO, Vivian da Silva. Revisitando a educação na Grécia Antiga: A Paidéia. Belém: UNAMA. 2001
Vídeo 1: http://www.youtube.com/watch?v=dAW9J8bFOlQ - A Educação Espartana
Vídeo 2: http://www.youtube.com/watch?v=WH1tkcB12_M - History Channel - A Última Batalha dos 300 [Parte 1/ 6]




Raio-X

• Caráter militarista.
• Ao nascer passavam por uma “inspeção” na qual os anciões julgavam se a criança era ou não saudável, caso não fosse seria joga de um penhasco.
• Desde pequenos eram criados pelo Estado => a parti dos 7 anos (meninos e meninas).
• Dos 7 aos 12 anos eram submetidos a vários testes rigorosos, seja de sobrevivência ou resistência.
• Cada jovem era visto como um soldado em potencial.
• Aos 17 anos passavam pelo teste final: a kriptia (matar o maior número de hilotas, além do desafio era uma forma de se controlar a taxa populacional. Aquele hilota que conseguisse matar um jovem ganhava dois dias de folga, por ter livrado o exército de um soldado incompetente).

° Mulheres

• Recebiam uma educação semelhante ao dos homens.
• Também participavam de atividades desportivas e torneios.
• Aos 7 anos também iam para os quartéis receber o treinamento militar, mas dormiam em casa para receber das mães os ensinamentos sobre educação sexual.
• Já depois da primeira menarca recebia aulas práticas de sexo com hilotas de coito interrompido.
• Na maturidade pediam permissão para se casar, passando por um teste que seria engravidar de um hilota (a criança era morta depois), caso não engravidasse dedicaria sua vida ao exército.
• Podiam ter sua propriedade, caso não houvesse um descendente homem, e não necessariamente estavam sujeitas a autoridades de seus maridos.


Analisando

De K. O. Müller (1824) a W. Jaeger (1932), a erudição alemã exaltou-a com uma admiração apaixonada: viu nela um efeito do espírito nórdico veiculado pela raça dória e a encarnação de uma política conscientemente racista, guerreira e totalitária, em que se teria, concretizado por antecipação, como num modelo prestigioso, o ideal em que a alma alemã não cessou de nutrir-se, desde a Prússia de Frederico II, de Scharnhorst e Bismarck, até o III Reich nazista. Entre os franceses, Barres foi levado, a exemplo daqueles, a admirar em Esparta "uma prodigiosa coudelaria". A Grécia aparecia-lhe como "um agrupamento de pequenas sociedades para o aprimoramento da raça selênica": "Essa gente, os espartanos, fez com que seu adestramento primasse" (Lê Voyage de Sparte, págs. 199, 239).

Esse entusiasmo tivera precursores antigos: com efeito, conhecemos Esparta através sobretudo da imagem idealizada e romanesca que traçaram dela seus partidários fanáticos e, antes de todos, os que ela teve na sua velha inimiga, Atenas. Por volta do fim do quinto século, e mais ainda ao longo de todo o quarto, à medida que se acentuava e se estabilizava o triunfo das tendências democráticas, os partidários da velha direita, aristocratas ou oligarcas, levados a uma oposição intratável e estéril, verdadeira evasão interna, transferiram novamente para Esparta seu ideal recalcado: o historiador de hoje tem grande dificuldade em discernir os elementos que estiveram na base desta "miragem espartana". 

Uma análise atenta das fontes mostra, com efeito, que esta rudeza espartana não é um legado das origens, mas não cessou de ir exagerando seus rigores. As Gimnopédias eram, no sexto século, ocasião de espetáculos musicais; mais tarde, a nudez prescrita às crianças perdeu seu valor ritual, para dar ocasião a concursos de resistência à insolação sob o terrível sol de verão. O santuário de Ártemis Ortia era, originariamente, também, palco de uma rixa inocente entre dois bandos de crianças disputando queijos empilhados sobre o altar. Na época romana, esta cerimônia converteu-se na prova trágica, em que os rapazes sofrem uma flagelação selvagem e rivalizam em resistência, às vezes até morte, sob os olhos de uma multidão atraída por este espetáculo sádico; e a tal ponto que será necessário construir um teatro hemicíclico, diante do templo, para alojar os turistas vindos de toda parte. E isto em que época?! Mas no Alto Império, quando a paz romana reina de uma à outra extremidade do mundo civilizado, quando um pequeno exército de mercenários basta para conter os bárbaros para além das fronteiras bem protegidas, quando floresce uma civilização inteiramente imbuída de um ideal civil de humanidade, então Esparta adormece, como pequeno município tranqüilo da desarmada província de Acaia!


Mulheres espartanas



A educação espartana era voltada para guerra, visando a formação de bons soldados e cidadãos leais. Esta sociedade militarizada privilegiava a formação física e militar sob o desenvolvimento do espírito e do intelecto.

O dever da mulher espartana antes de tudo, era de ser uma mãe fértil para gerar filhos vigorosos. Então procuravam tirar-lhe a delicadeza do gênero feminino enrijecendo-lhe o corpo, obrigando-a a exibir-se nua nas festas e nas cerimônias: o objetivo é fazer das virgens espartanas robustas viragos sem complicações sentimentais, que se acasalarão ao melhor dos interesses da raça.

No começo se mostra igual em relação aos homens, bebes do sexo feminino também eram inspecionadas pelos anciões e caso fossem consideradas fracas ou contendo alguma deformidade eram lançadas do precipício. Já aos sete anos também iria freqüentar o quartel com uma pequena diferença, passava as noites em casa recebendo aulas das mães sobre educação sexual e após a primeira menarca passava a ter aulas práticas com um hilota de coito interrompido, para não engravidar. Aos 20 anos, com a maioridade essa mulher poderia se casar após passar por um teste, se não passasse passaria o resto da sua vida ligada ao governo, mais precisamente dentro do exército.

Os escritos de Platão remetem à necessidade de inclusão da mulher no
funcionamento da pólis. Para o filósofo, a mulher deve receber a mesma educação ministrada ao homem, qual seja, o ensino da música, ginástica e também da guerra (República, 452a).

Ao compararmos a mulher espartana com a ateniense, podemos perceber que a primeira se mostra mais privilegiada, no que diz respeito às oportunidades oferecidas, a preocupação com a estética da mulher em Esparta se mostra esmagadoramente maior, pois existe todo esse cuidado em produzir filhos vigorosos. No entanto, continuando nessa comparação ambas as cidades-estado olhavam para mulher como geradora de filhos. Na Lacônica essa mulher encontraria mais oportunidades caso não viesse a engravidar. As mulheres atenienses são educadas para a vida doméstica, instruídas a cuidar dos escravos, zelar pelos filhos, tecer, fiar e participar dos festivais religiosos. Mas ao longo dos anos houveram algumas modificações na educação da mulher, onde a tendência era se assemelhar a da ateniense.


Educação

A educação espartana conserva o mesmo fim claramente definido: o adestramento do hoplita. Organizada inteiramente em função das necessidades do Estado, está inteiramente nas mãos deste. Ser educado segundo as normas é uma condição necessária, senão suficiente para o exercício dos direitos cívicos.

Assim que nascida, a criança deve ser apresentada no Lesqueu, a uma comissão de anciãos, e só é aceito quando é belo, bem formados, robusto; os raquíticos e disformes são condenados a ser lançados no monturo, nos Apotétas.

Até os sete anos o Estado consente em delegar seus poderes à família. Ao atingir sete anos, o jovem espartano é requisitado pelo Estado: até a morte, pertence-lhe inteiramente. A educação propriamente dita vai dos sete aos vinte anos; ela é disposta sob autoridade direta de um magistrado especial. A criança é integrada em formações juvenis, cujas categorias hierarquizadas. Aos vinte ou vinte e um anos o jovem, tendo concluído sua formação, mas não havendo satisfeito ainda todas as exigências do estado totalitário, entrava nas formações de homens feitos.

Esta educação de Estado é uma educação seletiva, que subtrai a criança à sua família para fazê-la viver numa comunidade de jovens. Nos quatro primeiros anos, os “lobinhos”, eram reunidos somente para jogos e exercícios; é aos doze anos que o rapaz, submetido a uma disciplina mais severa, deixa a casa paterna pelo internato, onde não irá sair, mesmo depois de casado, antes dos trinta anos.

O adestramento dos jovens recrutados visa torná-los soldados: todo é sacrificado a esse objetivo único.
Embora a o aspecto intelectual da educação fosse reduzida a um mínimo, os espartanos não eram completamente iletrados: eles aprendiam pelo menos o necessário à leitura e à escrita.

Todo o esforço visa à preparação militar: vale dizer que a educação física ocupa o primeiro lugar; mas a prática dos esportes atléticos, e com estes a caça, já não está mais ligada a um estilo de vida nobre, e sim ao desenvolvimento da força física. Muito cedo, sem dúvida, a ginástica juntava-se a um aprendizado direto do oficio militar: manejo de armas, esgrima, dardo, etc.

A educação do soldado atribuía tanta importância à preparação moral quanto à preparação técnica. A educação espartana é completamente orientada para a formação do caráter. Tudo é sacrificado à salvação e ao interesse da comunidade nacional: ideal de patriotismo, de devotamento ao Estado até o sacrifício supremo. Mas, sendo a única norma do bem o interesse da cidade, só é justo aquilo que serve ao engrandecimento de Esparta; por conseguinte, nas relações com o estrangeiro, e comum o maquiavelismo. Interiormente, procura-se desenvolver o senso comunitário e o espírito de disciplina.

A moral cívica fundada no devotamento à pátria e na obediência às leis desenvolve-se num clima de austeridade e de ascetismo, tão característico de Esparta quanto dos Estados modernos que procuraram imitá-la. O educador espartano procura desenvolver no jovem a resistência à dor: impõe-lhe, sobretudo a partir dos doze anos, um regime de vida áspero, no qual a nota de rudeza e de barbárie vai se acentuando continuamente.


Militarismo e Esparta

Esparta ocupa um lugar privilegiado na história da educação e ainda na cultura helênica. Enquanto Atenas nada tinha a nos ensinar, praticamente não existindo, Lacônica já atingia um estado arcaico precocemente alcançado, da civilização antiga. Mas esse avanço foi freado por seu conservadorismo, insistindo em manter costumes antigos em desuso.

Antes de tudo Esparta é uma cidade-estado de concepções predominamente militares, esse poder conquistado por seus valores, permitiu-lhe conquistar e reter um território, passando a ser uma das mais vastas regiões da Grécia. A educação não seguia rumos diferentes, seus jovens recebiam ensinamentos diretos e indiretos do ofício de armas, inserindo-o a uma atmosfera “política”. Objetivando não só selecionar heróis, mas formando uma cidade repleta deles.

“Eu não julgaria um homem digno de memória, nem faria caso dele unicamente por seu valor na corrida a pé ou na luta, fosse ele grande e forte como os ciclopes... se ele não tem valor militar, se não é homem para resistir na batalha... é esse o mais alto prêmio que um homem possa obter entre os homens; é um bem comunitário, útil à cidade e ao povo inteiro...” (Aristóteles).

Verdade seja dita, não só de militarismo viveu Esparta. Esportes hípicos e atléticos, foram muito apreciados, não só por parte dos homens as mulheres também estavam inclusa nos jogo Olímpicos.

Além dos esportes a música foi muito presente em Lacônica, segundo Glauco de Régio foi no século VII a capital da música na Grécia. É lá que nascem duas escolas, Terpandro caracterizada pelo canto solo ou instrumental, já a segunda “Cartástase” inclinada para o lirismo e coral.